Encarando a situação escolar como um jogo em boa parte social ou institucionalmente condicionado, mas que apresenta em parte contornos ou resultados até certo ponto indeterminados, o livro de Régine Sirota busca desvendar /a gramática das relações no interior da sala de aula/ e, em particular, os mecanismos concretos que produzem as desigualdades escolares.A autora procede a uma competente revisão bibliográfica dos estudos já produzidos sobre a sala de aula pela pesquisa francesa no campo das ciências humanas, pela sociologia britânica e pela antropologia americana. Julgo que o mérito maior deste livro reside em sua bem-sucedida /tentativa de articulação da perspectiva microssociológica com a perspectiva macrossociológica/, como a própria autora qualifica o trabalho.estabelecer as conexões entre os comportamentos realmente observados e as estruturas sociais mais amplas, ela nos oferece um exemplo concreto da tão apregoada (mas tão pouco realizada) articulação desses dois níveis de análise.