Autor: Gonçalves, Betânia Diniz
Identidade Feminina e a Inserção no Mundo do Poder - Uma Análise Psicopolítica
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A partir da segunda metade do século XX verifica-se uma crescente visibilidade das mulheres na agenda política internacional, tal fato constitui-se em importante fenômeno e considerável conquista. No decorrer dos anos, ocorreu um aumento da presença feminina tanto em política partidária, em cargos de lideranças empresariais, quanto em movimentos sociais. A reivindicação das mulheres por um espaço próprio na estrutura de poder acarreta um redimensionamento de sua atuação, ou seja, à medida que as mulheres se tornam sujeitos, são capazes de se posicionar de maneira diferente e se redefinir. No caso das mulheres muitos são os fatores que dificultam sua participação política, por exemplo: educação sexista; a sua socialização política que não as motiva a se candidatar para cargos políticos; ambivalência feminina acerca do êxito; a não distribuição de tarefas domésticas com o parceiro; falta de políticas públicas que atendam às necessidades das mulheres; uma divisão social de trabalho que as reafirma como reprodutoras e cuidadoras; a sistemática exclusão da esfera pública que as coloca no âmbito do privado e, consequentemente, limita a sua participação na esfera política e em âmbitos de tomada de decisões. Mecanismos de ação positiva possibilitam o enriquecimento de debates públicos e de processos políticos, a promoção de desenvolvimentos de modelos de papéis sociais desejáveis, a desconstrução de estereótipos negativos, o respeito às diversidades e o alívio das tensões entre os sexos. A paridade se faz necessária em órgãos políticos, pois cidadãos - homens e mulheres - querem ver representados seus interesses políticos e sociais. A incorporação de mulheres na esfera de decisões contribui para uma representação mais genuína da diversidade da sociedade e de uma maior quantidade de interesses.