STEPHEN CRANE - CONTOS

Profundamente influenciado pelo romance russo, em particular por Tolstoi, Stephen Crane foi o introdutor do Naturalismo na ficção norte-americana de fins do século XIX. Com um modo de narrar direto, despojado, sem nada de piegas ou de moralizante, seu estilo era marcado por um realismo muito pessoal, que aliava, à firme determinação de pintar a vida como ela é, uma poderosa imaginação poética.
Nascido em Nova Jersy, em 1871, Crane, depois de estudos irregulares, foi ganhar a vida como jornalista em Nova York, cuja zona proletária lhe forneceria os tipos humanos para suas primeiras obras de ficção: os “Contos de Bowery” e “Maggie, uma rapariga das ruas.” Todavia, seu êxito literário verificou-se com a publicação de uma novela em que, com grande mestria e empolgante realismo, fixava as angústias e perplexidades de um jovem soldado da Guerra de Secessão – O emblema rubro da coragem -, ainda hoje considerada um dos clássicos da literatura bélica.
Depois da publicação desse livro, Crane se tornou correspondente de guerra. Nessa qualidade, acompanhou de perto os sucessos da Guerra Greco-turca e, mais tarde, relatou para o público dos Estados Unidos os lances principais da Guerra Hispano-americana. Ao longo de tais anos aventurosos, que acabaram por lhe comprometer a saúde e foram responsáveis pela a morte prematura em 1900, continuou a escrever, produzindo outras obras de ficção, que vieram consolidar-lhe o renome adquirido com O emblema rubro da coragem.
Neste volume estão reunidas, em seleção de José Paulo Paes e tradução de Octaviano Mendes Cajado, as melhores histórias curtas desse admirável escritor, um dos pontos mais altos da ficção norte-americana de todos os tempos.